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Segundo Associação das Distribuidoras de Combustíveis, ao mesmo tempo que os preços praticados pela Petrobras vêm afastando importadores, a estatal brasileira não tem dado conta de atender a demanda
Por André Ramalho, Valor — Rio
15/10/2021 10h49
Distribuidoras de combustíveis têm relatado cortes unilaterais por parte da Petrobras, na entrega de produtos pedidos para novembro, segundo a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom). A entidade representa as distribuidoras regionais e alerta para riscos de um potencial desabastecimento.
De acordo com a Brasilcom, a petroleira comunicou os cortes a diversas companhias no início da semana. As restrições valem para a gasolina e diesel e as reduções na entrega das encomendas chegam, em alguns casos, a mais de 50% do volume solicitado para compra.
As empresas reclamam que os preços praticados pela Petrobras vêm afastando importadores. Ao mesmo tempo, a estatal brasileira não tem dado conta de atender a demanda das distribuidoras.
[Os cortes] colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, afirma a Brasilcom, em nota publicada ontem.
Segundo a associação, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) já foi comunicada do potencial problema.
Na nota, a Brasilcom alerta também para os riscos de desabastecimento ante a abertura do mercado de refino. “
* Apesar de totalmente favorável ao programa de desinvestimento de ativos da Petrobras, a Brasilcom considera este momento um exemplo do que pode vir a ocorrer caso as autoridades governamentais não se preocupem em estabelecer regras claras para a atuação dos novos proprietários das refinarias e sistemas de logística desinvestidos pela Petrobras, de modo a evitar o estabelecimento de condições comerciais com preferências a determinados clientes, desequilibrando o ambiente concorrencial do mercado de combustíveis”, alerta.