A instabilidade macroeconômica vivida pelo Brasil no momento, com crise fiscal e indefinições sobre a aprovação da reforma da Previdência, pode ter atrapalhado um melhor desempenho da Petrobras na oferta inicial de ações (IPO) da subsidiária BR Distribuidora, disse uma fonte da empresa nesta quinta-feira.

A oferta de ações da líder no mercado de combustíveis do Brasil foi precificada na noite de quarta-feira, com o valor saindo no piso da faixa de preços indicada, que foi de 15 a 19 reais por ação.

“Fixou dentro da faixa numa situação macroeconômica complicada, vai gerar 5 bilhões (de reais). Atingiu nossos objetivos”, disse a fonte, na condição de anonimato.

O aguardado IPO da BR é parte fundamental do plano bilionário de venda de ativos da Petrobras para ajudar a reduzir o endividamento da empresa, o maior de uma petroleira no mundo.

“Claro que num ambiente macro melhor a operação seria maior. Quando falo de ambiente macro, falo em questão fiscal e previdenciária”, comentou.

A fonte não quis especular se num ambiente mais estável seria possível chegar ao teto de 19 reais por ação, mas destacou que certamente haveria uma performance melhor.

“Mas nunca pensamos em segurar a operação por conta disso (ambiente de incertezas macroeconômicas)”, destacou.

A fonte descartou a possibilidade de se fazer um oferta adicional de ações da BR.

“Não há qualquer discussão sobre vendas adicionais.”

Com a operação fechada na quarta-feira, a Petrobras vendeu quase 30 por cento de participação em sua unidade de combustíveis.

A empresa informou nesta quinta-feira que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deferiu o registro da oferta pública de distribuição secundária de ações da BR, a ser realizada no Brasil, em mercado de balcão não organizado.

Disse ainda em nota que haverá também esforços de colocação no exterior, de acordo com a legislação vigente no país de cada investidor.

As ações da BR Distribuidora começam a ser negociadas na bolsa paulista na sexta-feira (15), sob o ticker BRDT3.SA.

Fonte: Terra