A Associação Brasileira de Óleos Vegetais (Abiove) diz que, pela primeira vez, a mistura de biodiesel no diesel terá um cronograma “previsível por vários anos”. Hoje, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou proposta para que a adição de biodiesel cresça um ponto porcentual ao ano, passando do atual patamar de 10% (mistura B10) para 11% (mistura B11) em junho de 2019. A ampliação será feita até março de 2023, quando todo o diesel comercializado ao consumidor final conterá 15% de biodiesel, destaca. A proposta do CNPE será encaminhada à Presidência da República, que deve acatá-la e transformá-la em uma resolução mandatória do órgão de política energética.
“O setor se preparou com o maior programa de testes em motores do mundo, totalizando 1 milhão de litros de biocombustíveis testados”, diz, em nota, Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove. Segundo a entidade, a estimativa é que a produção do biodiesel brasileira passe de 5,4 bilhões para mais de 10 bilhões de litros anuais, entre 2018 e 2023. Esse crescimento representa aumento de 85% da demanda doméstica, o que deve consolidar o País como um dos maiores produtores de biodiesel no mundo.
“Tivemos um significativo salto nos resultados desde a mistura obrigatória no combustível há 10 anos. O sucesso no aumento da proporção de 8% para 10% em 2018 demonstra que o setor só tem a ganhar com o uso de biodiesel, e a cadeia produtiva acompanhará esse crescimento”, afirma.
A previsão é que a produção de biodiesel feche 2018 em 5,4 milhões de metros cúbicos, mais de quatro vezes o volume produzido em 2008 (1,2 milhão de metros cúbicos), primeiro ano da mistura. “A crescente produção e aumento da oferta doméstica do diesel B (diesel mineral com adição de biodiesel), em contraponto à importação de combustível no Brasil (hoje superior a cerca de 20% do consumo), deve gerar uma economia de mais de US$ 6,4 bilhões em divisas para o país neste ano, permitindo o uso desses recursos para outras finalidades”, diz Amaral no comunicado.
Fonte: Estadão