Quase metade dos estabelecimentos lacrados ao longo do ano passado eram bandeirados.
O número de postos lacrados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) cresceu 24,5% em 2017. Segundo informações obtidas com exclusividade pelo R7 com base na Lei de Acesso à Informação, o órgão do governo interditou 401 postos no ano passado, contra 322 de 2016. Os dados mostram ainda que foram desinterditados 289 estabelecimentos e reinterditados outros 10 no período.
O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), Paulo Miranda Soares, avalia que o aumento do número de interdições realizadas no ano passado é reflexo da “crise prolongada” e do grande número de roubo de cargas.
— Os caras compram postos de gasolina justamente para receptar carga roubada não têm nenhum cuidado com a qualidade [dos combustíveis]. Estes postos estão nas mãos de operadores do crime organizado e, como não existe meio bandido, quem rouba um caminhão tanque está disposto a fazer tudo. Fraudam na bomba, na quantidade e na qualidade.
Assim como em 2016, quase metade (46,6%) dos postos interditados ao longo do ano passado possuíam bandeiras tradicionais. De acordo com Soares, o fato do posto ser ou não bandeirado “não altera nada”.
[Cometer fraudes] vai da índole do empresário que está administrando o negócio. Nós temos bandidos operando em postos de bandeira branca e temos também bandidos operando em postos com bandeira. Soares avalia ainda que o salto no número de interdições poderia ser ainda maior caso as ações de fiscalização fossem mais recorrentes no País.— Os Estados estão falidos e, consequentemente, houve um corte de verba muito grande da agência reguladora. Então, a quantidade de amostras que era analisada caiu um terço por falta de verba.
Fonte: noticias.r7.com