Iniciada no final do ano passado, a investigação sobre a possível formação de cartel dos postos de combustíveis, realizada pelo Procon de Ponta Grossa, segue em andamento. A perspectiva é de que o processo seja concluído dentro de dois meses, totalizando cerca de quatro meses de fiscalizações. Porém, ainda antes desse término, o órgão já mira um desdobramento: fazer uma investigação junto às distribuidoras. A informação foi revelada pelo coordenador do Procon Ponta Grossa, Leonardo Werlang, em entrevista ao vivo ao Portal aRede, na tarde desta segunda-feira (28).
Segundo informa Werlang, ainda há o processo de notificação, junto a alguns postos, que precisarão apresentar as documentações, para os profissionais do Procon fazerem análise. A estimativa é de que essas notificações restantes sejam feitas em até 10 dias úteis. Porém, até o momento, não há nada conclusivo se há essa formação de cartel. “É uma hipótese levantada, mas até o momento, não tem prova, nenhum fato constituído que possa chegar a uma conclusão neste sentido. Mas as investigações estão em andamento e ainda é possível a fabricação de novas provas: se a população tiver alguma informação que deseja passar, o Procon está aberto, para que auxilie a conclusão e dar resposta satisfatória”, informou.
Como explicou o coordenador do Procon, a margem média obtida por litro de gasolina vendida na cidade é de R$ 0,46, perto da média estadual. Apenas Curitiba tem uma margem inferior a R$ 0,30; enquanto que em Umuarama essa média é de R$ 0,81. Ele lembrou que dessa margem não há exclusivamente o lucro, mas todos os custos operacionais dos postos, inclusive a folha de pagamento e os encargos.
Porém, diante da informação de que a Petrobrás vende o litro a R$ 1,51 para as refinarias, que repassam aos postos de Ponta Grossa a uma média de R$ 3,74, Werlang questiona sobre essa diferença, superior a R$ 2,20. “O Procon, após finalizar essa investigação dos postos, irá verificar as distribuidoras, porque basicamente mais do que dobra o valor da refinaria para quando chega nos postos. Ainda não é uma investigação em andamento, mas vai ser a segunda fase desse projeto, e esperamos que com isso haja resposta das distribuidoras”.
“Investigação já trouxe benefícios”, diz Werlang
Para Leonadro Werlang, a investigação realizada pelo Procon na cidade já trouxe benefícios para a população. Na entrevista, ele lembrou que, em um dado momento, o valor da gasolina em Ponta Grossa era o quarto mais alto do estado, próximo a R$ 4,80. Nesta época, a margem média dos empresários era maior. “Em novembro, quando iniciamos o projeto, a diferença chegava próxima a R$ 0,70 por litro na gasolina. No último levantamento, concluído na sexta-feira, essa margem caiu para R$ 0,46. Então verificamos na bomba de combustível que pagamos um valor muito mais próximo do que pagamos em Curitiba ou Região Metropolitana”, alega.
Fonte: a Rede