A Federação BRASILCOM, que sempre defendeu a monofasia tributária no produtor ou importador, avalia positivamente a antecipação da monofasia do PIS e Cofins aprovada pela PLP 68/24. A concentração do recolhimento de tributos em uma única fase da cadeia (nas usinas produtoras ou importadores) simplifica o processo tributário, reduz a complexidade operacional e elimina a responsabilidade das distribuidoras no recolhimento do PIS e Cofins. Essa mudança traz maior previsibilidade de custos e facilita o cumprimento das obrigações fiscais, alinhando-se aos interesses do setor de distribuição de combustíveis.

A monofasia sempre foi um pleito das distribuidoras para combater o devedor contumaz que atua no setor, uma vez que a concentração do recolhimento na origem (produtores e importadores) dificulta a atuação de empresas que utilizam a sonegação como prática concorrencial. Além disso, a BRASILCOM também pleiteou a antecipação da monofasia do ICMS no PLP 68/24, no entanto, essa proposta não foi incluída no texto final levado à sanção presidencial, o que representa uma oportunidade perdida para ampliar ainda mais a segurança tributária no setor a fim de combater a sonegação e, consequentemente, a perda de arrecadação dos Estados.

Com a antecipação da monofasia do PIS e do Cofins para o produtor, o impacto no preço ao consumidor dependerá do tipo de etanol. No caso do etanol hidratado, a redução de R$ 0,05 por litro na tributação pode resultar em preços mais competitivos ao consumidor final, o que é positivo para o mercado e pode incentivar o consumo desse biocombustível, embora ainda permaneça a tributação do ICMS no distribuidor, o que favorece o devedor contumaz e prejudica a livre concorrência. 
Por outro lado, o aumento de R$ 0,06 por litro na tributação do etanol anidro (que é misturado à gasolina) pode levar a um pequeno aumento no custo desse combustível e, consequentemente, no preço da gasolina, algo em torno de R$ 0,015 por litro. Essa elevação, dependendo da política de preço de cada empresa, pode ser repassada ao consumidor, gerando um pequeno aumento no preço da gasolina nas bombas. Porém, quando se trata de etanol que é uma commoditie, essas variações de preço dependem de diversos fatores, como safra, preço no mercado internacional, inclusive do açúcar, valor do frete, valor do preço médio nas bombas (que é apurado pelos governos estaduais) que é utilizado como base de cálculo do ICMS, entre outros.