Pelo menos uma vez por ano, principalmente, na entressafra da cana-de-açúcar, o consumidor é bombardeado de todos os lados com a velha relação de 70% entre o preço da gasolina e o álcool.
Calculadora na mão, pesquisa de preços de posto em posto, e, se estiver abaixo de 70%, bota-se gasolina, se está igual ou acima de 70%, vale a pena abastecer com álcool.
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), com o apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a Unica, constatou que esse parâmetro de 70% não é tão real e efetivo assim, e, principalmente, diante do avanço da tecnologia de motores e modelo flex, o índice pode ser bem superior, o que em resumo simples representa maior economia ao consumidor e menor emissão de gases que afetam o efeito estufa, principalmente o CO2.
Através de testes conduzidos pelo IMT, os novos parâmetros (médios) oscilaram entre 70,7% e 75,4% do etanol comum em relação à gasolina, acima dos parâmetros médios de referência modelados pelo Programa de Etiquetagem Veicular (PBEV), entre 66,7% a 72,1% – uma diferença aqui entre 4,0 a 3,3 pontos percentuais.
O que representa isso? Segundo o professor Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos do IMT e responsável pela ‘Análise Estatística de Desempenho e Performance de Combustíveis’, diz, esses parâmetros mudam a velha relação dos 70% a que você está acostumado. Os 70,7% a 75,4% representam que você pode abastecer seu carro por mais tempo, ganhando mais autonomia, economizando mais dinheiro no posto de gasolina e ajudando a natureza na emissão menor de gases do efeito estufa.
“Pelas regras que conhecemos, o motorista faz a conta considerando o preço apenas na hora de abastecer. Estamos mostrando que essa diferença de 70% pode ser bem diferente, como, por exemplo, uma relação de paridade entre etanol e gasolina de 75,4%, que é bem expressiva”, disse durante apresentação do estudo nesta terça-feira,10.
Como o IMT chegou aos novos parâmetros?
Segundo Renato Romio, o IMT alugou 20 carros em locadoras de veículos comuns – sendo quatro modelos de diferentes categorias. Em cada categoria foram alugados cinco carros, perfazendo o total de 20.
O abastecimento dos veículos foi feito com álcool adquirido diretamente de distribuidora e rodaram, diariamente, entre janeiro e julho deste ano – sempre juntos e em comboio – 27 km em trechos urbanos e 30 km em trechos rodoviários. Os 20 motoristas faziam rodízio entre os carros de teste – possibilitando medir o perfil de direção e o modo de condução diferente de cada um em cada um dos veículos.
Para controlar as diferenças entre os perfis dos motoristas foi feito um treinamento teórico e prático nas condições reais em que os veículos foram testados.
Outras padronizações executadas foram:
- Controle de velocidade;
- Controle de RPM para troca de marchas;
- Regulagem diária da pressão dos pneus;
- Utilização do ar-condicionado – sempre ligado no mesmo nível;
- Vidros fechados;
- Padrão de abastecimento – veículos abastecidos sempre até o primeiro desarme automático da bomba.
“Para cada modelo detectamos diferentes parâmetros de consumo e em pequena síntese, quatro variáveis influenciaram no rendimento final obtido, que são: o perfil do motorista, as condições dos percursos, os modelos dos veículos e evolução técnica dos motores flex”, disse Renato Romio.
Em relação aos veículos foram:
- cinco populares 1.0 – marca Fiat, modelo Uno 1.0l Câmbio Manual;
- cinco sedans médios – marca Toyota, modelo Corolla 1.8l Automático;
- cinco SUVs – marca Renault, modelo Duster 2.0l Automático;
- cinco populares 1.6 – marca Hyundai, modelo HB20 1.6l S Automático.
Os parâmetros gerais dos testes, percursos e resultados podem vistos nos links abaixo:
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Se você tem interesse em verificar os parâmetros do seu carro segundo as referências do Programa de Etiquetagem Veicular, clique no link que segue: Consulta de Veículos Leves.
Fonte: TransportePress